O que é um Plano de Ação Emergencial contraincêndio (PAE)?
Com certeza, você já ouviu notícias sobre desastres em indústrias. Dependendo do segmento de atuação, o fogo se alastra rapidamente e causa grandes prejuízos financeiros — muitas vezes, até humanos. Essa situação negativa ainda gera outros problemas. O desespero toma conta das pessoas, que saem correndo. O resultado é pisoteamentos, quedas, inalação de fumaça e, é claro, pânico. É aí que entra a necessidade do plano de emergência. Com esse documento, fica muito mais fácil controlar os incêndios e indicar o que os colaboradores devem fazer para evitar imprevistos. Assim, o intuito maior é elaborar e organizar os procedimentos para situações emergenciais. A consequência é a redução ou a minimização das perdas em casos de anormalidade. Essa questão é ainda mais relevante no Brasil, país que possui um grande número de empreendedores preocupados com a possibilidade de sinistros. Isso é o que mostra a pesquisa da seguradora Zurich, divulgada pela Revista Incêndio. Segundo o levantamento, 23% dos pequenos e médios empreendedores se preocupam com incêndios, o que deixa o Brasil na primeira colocação mundial. A segunda colocação é da Espanha, que registrou 11% — menos de metade da situação brasileira. A média dos outros 15 países é de 8,5%. O incêndio também é o sinistro que mais preocupa as empresas brasileiras, o que demonstra a necessidade de ir além dos requisitos mínimos de segurança. Afinal de contas, eles servem muito mais para a proteção física das pessoas que para a preservação do patrimônio. No caso empresarial, ainda é preciso considerar outro agravante: o prejuízo com o período de interrupção dos trabalhos. O seguro pode até cobrir os danos materiais, mas não as perdas de oportunidades de negócios e de reputação.
Quais os objetivos e indicações do PAE?
O intuito é indicar o que os colaboradores devem fazer em caso de incêndio. Assim, garante-se uma saída rápida e eficiente para que todos estejam em segurança. O plano de emergência também define o atendimento que será feito aos colaboradores e quais são as considerações principais do departamento de segurança da empresa. Outros objetivos atingidos pelo PAE são:
- fornecer um nível de segurança eficiente e eficaz para a empresa; - limitar os efeitos negativos de um sinistro por meio das barreiras de contenção criadas; - conscientizar as pessoas sobre a necessidade de adotar os procedimentos de autoproteção; - corresponsabilizar todas as pessoas para que elas cumpram os requisitos de segurança e compreendam sua importância; - preparar os meios humanos, materiais e organizacionais para proteger as pessoas e o patrimônio.
Pode haver variações nas diretrizes indicadas pela legislação estadual. Porém, de modo geral, o PAE especifica que os procedimentos básicos de segurança são:
- alerta assim que for identificada qualquer situação de emergência; - análise da situação de alerta, executando os procedimentos necessários; - apoio externo ao acionar o Corpo de Bombeiros; - atendimento de primeiros socorros às vítimas para estabilizar as funções vitais; - eliminação de riscos, como o corte de energia elétrica e fechamento de válvulas da tabulação; - abandono de área parcial ou total, se necessário e de acordo com as regras do plano de emergência; - isolamento da área para os serviços de emergência e evitar que pessoas não autorizadas acessem o local; - confinamento e combate ao incêndio ainda em seu início para aguardar a chegada dos bombeiros.
Por que ele é fundamental na empresa?
A principal justificativa para a elaboração do PAE é o reforço à prevenção e ao controle, com o objetivo de evitar a ocorrência de sinistros nas empresas. Esse documento define quais emergências podem acontecer dentro e fora dos empreendimentos e os procedimentos organizacionais e técnicos que devem ser adotados para diminuir os impactos ambientais, à propriedade e às pessoas.
Por isso, ele faz parte do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), a fim de que as tipologias acidentais, ações e recursos necessários ajudem a minimizar os impactos negativos e dimensioná-los.
Várias razões justificam a elaboração do plano de emergência. As principais são:
- determina a possibilidade de os acidentes acontecerem de acordo com o ambiente e os riscos encontrados; - delimita os princípios, diretrizes e regras de atuação, considerando os cenários possíveis para a ocorrência de um acidente; - organiza o socorro e as formas pelas quais ele pode acontecer, além de determinar as atribuições de cada integrante da equipe de ação do PAE; - regulamenta as ações que têm por objetivo reduzir os impactos negativos do incêndio; - evita falhas, erros, atuações duplicadas e atropelos, que podem ser fatais em caso de emergência; - antecipa os procedimentos a serem adotados para evacuação do ambiente; - permite testar os procedimentos e a rotina por meio de exercícios de simulação.
Assim, todos estão preparados em caso de emergência.
É importante evidenciar que o Corpo de Bombeiros é que determina a necessidade de existência do PAE. A corporação leva em conta:
- os produtos fabricados pela empresa; - os riscos gerados no processo; - o tamanho da edificação; - os riscos em situações de incêndio e mais.
Quais as vantagens do plano de emergência contra incêndio?
O PAE, quando bem elaborado, proporciona diversos benefícios. Entre eles, estão:
- rápida intervenção pelo gestor que administra a área para executar a contenção da emergência; - concentração e racionalização dos esforços para os setores mais relevantes, evitando que a empresa fique totalmente parada; - minimização dos danos causados e de sua extensão, o que impede que outros locais sejam afetados; - preservação das vidas humanas.